segunda-feira, dezembro 28, 2009

Quero sempre o mais difícil.

É mais fácil escrever quando temos uma história para contar, um episódio para recordar ou apenas um misto de raiva e dúvida a fervilhar no peito. Não tenho nada. Também é mais fácil escrever quando nos sentimos vazios de tudo e todos, um ponto branco perdido numa imensidão negra. Não tenho nada, não sou é pessoa de escrever sobre coisas felizes, parece-me. Escrevo-as e não me parecem estar bem estruturadas apesar de sintáctica e morfologicamente concordantes.
Queria descrever a forma como me sinto, sem hesitar, estou bem! Mas não estou. Se estivesse não estaria a desenhar pontos de interrogação sobre todos os meus sorrisos, sobre esta minha felicidade e falta de inspiração para a escrita. Queria que os meus dedos em vez de vida tivessem magia para me fazer saltar no tempo. Queria parar de pensar em ti e achar que os erros foram todos meus.
Um bem haja aos amigos que nos querem sempre dar a provar doces. Tenho um que me quer fazer acreditar que não sou uma pessoa complicada - vejam bem! - porque jura a pés juntos que eu só tenho uma forma completa de me expressar. Talvez. Talvez mais do que completa seja complexa.
E como estou a escrever todo este mar de sentimentos, assim de repente, apercebo-me de que ponho dúvidas e desejos em todos os parágrafos. Sou difícil. Mais uma vez, sou assim.

3 comentários:

  1. não vejo duvida ou falta de inspiração em lado nenhum. mas concordo com o que dizes.

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  2. O que é fácil raramente é interessante. Deve ser por isso que és difícil ;)

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  3. Não costumo pensar em mim assim. Mas obrigado*

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